terça-feira, 30 de setembro de 2008

efeitos da lei seca

é foda. eu passo a vida inteira andando de ônibus e mendigando carona pra beber com os amigos e quando, finalmente, eu consigo comprar meu carro, eis que murphy resolve mostrar serviço e aprova a lei seca. gentchy, na boa... meu mundo caiu. pra que serve um carro senão para fazer o traslado casa-night/ night-casa? se for só pra trabalhar, eu prefiro pegar um busão (mentira)! o que devo fazer? parar de beber e encarar o mundo sóbrio entediante? conhecer as pessoas como elas realmente são? jamás! ok, ok.. vamo parar por aqui. porque se o tema continuar girando em torno dos efeitos da lei seca sobre minha vida, a gente vai acabar terminando a conversa numa mesa de bar... e como eu sou uma pessoa altruísta (mentira de novo), tenho que confessar que os impactos sociais dessa lei seca também me preocupam. o casamento, por exemplo, instituição que há muito já estava com os dias contados, vai desaparecer da sociedade de uma vez por todas. claroooo! pense comigo. marido e mulher decidem sair pra jantar, mas só um dos dois pode beber. antes mesmo de sair de casa, já vai rolar uma briguinha pra decidir quem bebe e quem fica de cara. mesmo se o casal apelar para recursos muito justos ( par ou ímpar, por exemplo), quem perder já vai sair de casa de mau humor. mas enfim... digamos que o marido ganhou e a mulher perdeu (só pra ilustrar hein, pessoal!). o caba chega logo no restaurante pedindo um whisky duplo e a mulher, coitada, fica em dúvida entre uma coca light e uma água com gás. duas doses duplas depois, as coisas começam a clarear. ela nunca havia reparado como o marido fala alto e gesticula o tempo todo na mesa. putz! ele cospe quando fala... e pior, fala várias vezes sobre o mesmo assunto. meu deus, como eu fui casar com esse homem? não demora muito e ele já está olhando pro decote da mulher na mesa ao lado... a esposa fica indignada, levanta, pega um taxi e vai embora. ele, coitado!, fica sozinho com o jantar, um restinho de coca light e a chave do carro.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

verticalização da moda praia

saiu na capa da veja são paulo. adriane galisteu tem 1.200 biquínis. galera, pára tudo. miiiiiil e duzeeeentos biquínis! são 3,28 biquínis por dia! isso quer dizer que ela pode tomar café com o biquíni de florzinha, almoçar com o de listrinha, jantar com o de bolinha e, de quebra, ainda rola um tapa sexo nos intervalos das refeições. é biquíni pa caraaaalho. não, sério... o que a gente pode esperar de uma pessoa dessa? no mínimo, que ela trabalha como salva-vidas em ibiza. no máximo, que ela tem seis vezes mais periquitas do que eu. aí cabe a você imaginar onde elas estariam localizadas. pelo menos uma em cada suvaco eu acho que tem... ah, vale lembrar que não estamos falando de gisele bunchen nem de, sei lá, natalie portman. é adriane galisteu, aquela apresentadora de tv cujo gosto duvidoso você já deve conhecer das revistas de salão de beleza. ela mesma: adriane galisteu, a rainha da virilha. não sei se é defeito físico aquela virilha descomunal, deus me perdoe, mas que é estranho é. se você não lembra, põe aí o nome dela no google. a primeira foto de biquíni que aparecer, você imediatamente vai pensar "meu deus, uma virilha". aí fica lá aquela imagem desagradável, não sei explicar... acho que falta pano na horizontal e sobra na vertical... o umbigo fica flutuando e, blé... vertical demais, demaaais. mas, no fundo no fundo, eu acho que é tudo jogada de marketing. no meio de tantas apresentadoras loiras, magras, saradas e cheias de conteúdo, ela tinha que mostrar um diferencial. tudo bem, não precisava mostrar assim com tanta ênfase... mas vamo respeitar, né? cada um luta com as armas que tem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

a moça do tempo

"cês viram que amanhã vai chegar uma frente fria?", "se em santa catarina tá nevando, logo mais a temperatura vai cair por aqui", "meu dedão do pé inchou, vai chover". incrível como os paulistanos gostam de falar sobre o clima. eles não saem de casa sem checar a previsão do tempo, não viajam sem dar uma olhadinha no mapa meteorológico do brasil e sim, eles acreditam piamente que todas essas previsões são verdade. e isso é foda. logo eu que nunca gostei de geografia, nunca quis saber de onde vêm as frentes frias e, principalmente, sempre desprezei aqueles repórteres que ficam sem saber pra onde apontar quando dizem: "e no acre, máxima de 30 graus". na boa... acho que, enquanto moradora de recife, minha maior preocupação climática nos últimos anos foi: "que calor do carai. será que meu desodorante vai vencer?" mas agora tudo mudou. vou ter que prestar mais atenção na moça do tempo pra não correr o risco de ser taxada de retirante antisocial. porque quem não sabe pra onde está indo o furacão jurema, simplesmente não consegue socializar nessa cidade. poxa truta, que chato... mas nem é isso que mais me apavora. com esse conhecimento profundo sobre o tempo, temo pela complexidade das conversas de elevador. trocar o "calorão, hein? será que vai chover?" pelos monólogos da climatologia vai ser um trauma terrível. até pensei em fugir, mas ainda não sei o que é pior: dezessete andares de escada ou dezessete andares falando sobre a taxa de umidade do ar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

aperte o shift

com minha mudança aqui pra são paulo, já posso dizer que estou vivendo um verdadeiro choque cultural. ss pessoas aqui pensam diferente, andam diferente e, principalmente, falam diferente. nada contra o sotaque, nada contra o vocabulário. afinal de contas, uma pessoa que carrega no discurso expressões como vôte, valei-me e vixe não tem muita envergadura moral pra reclamar da paulistada. o que me choca mesmo é o entusiasmo excessivo com que os paulistanos falam sobre qualquer (eu disse qual-quer) assunto. parece que eles falam o tempo todo com o capslock acionado. "AAAAI, CÊ É DE RECIFE? NÃO ACREDITOOOO! E EM RECIFE TEM CARNAVAL? NOOOOOOOOOOSSA, QUE LEGAAAAL! GENTE, OLHA SÓ, EM RECIFE TEM CARNAVAL!!!" juro que eu fico sem saber o que fazer nessas situações. finjo que estou suuuper entusiasmada também? faço uns passinhos de frevo pra ilustrar? apelo pro sorriso amarelo? por enquanto, ainda não consegui esboçar nenhum tipo de reação. fico na minha, observando, enquanto na minha mente ecoa um sonoro "dãaaaaaaaaaaa".